Dependência Tecnológica: aumento do risco de exclusão dos imigrantes digitais dentro do mercado de trabalho.

Tem me preocupado muito perceber aspectos instigantes do novo perfil de meus alunos e alunas com mais de 35 anos (imigrantes digitais) durante os cursos e eventos online. A dependência tecnológica está se tornando crônica. Eles não se acham capazes de resolver problemas corriqueiros e fundamentais do dia a dia. O que essa atitude provoca é uma subutilização da experiência de vida e um exagero na delegação de tarefas que poderiam ser perfeitamente executadas por eles. O maior mal é o bloqueio dos próprios sonhos. Aqueles que precisam alcançar e estão relacionadas às competências tecnológicas que seja uma promoção, um emprego melhor, um contato mais sereno com o setor de TI... Muito pode ser feito pelo sistema de recrutamento, seleção e treinamento das empresas que, por vezes, estas fecham os olhos para a falta de preparo e não investem em treinamentos. Mas, se o problema fosse somente este seria bem solucionável. O hiato está na crença de que a idade é pré-requisito para o aprendizado no "novo". Assim, canais de expressividade mais ágeis perdem-se. O contato fica mais lento. A solução de problemas desacelera. e. Depois de mais de dois anos brigando com essa realidade, resolvi criar o Curso de Educação Tecnológica para Imigrantes Digitais e escrever um livro, em parceria com amigos, sobre o assunto. Devemos observar os 4 limiares (portais) nessa jornada: 1º Desvalorização da experiência de vida anteriores às novas tecnologias quando observa-se não o caráter mas as habilidades com as ferramentas. Este fator aumenta o risco erros, perdas na produtividade e aumenta o stress nas relações interpessoais. 2º Desconhecimento da Netiqueta, ou seja, a cultura corporativa diante das diferenças entre gerações, os códigos e os valores integrados à comunicação entre os pares de forma horizontal e vertical. 3º Desequilíbrio emocional quando diante de situações que se apresentam diante das mudanças constantes e atualização de softwares, provocando uma certa "cegueira". Este é o limiar principal e mais difícil de transpor; 4º A prática em si, em todas as áreas da vida, adequando cada tecnologia às necessidades. Ou seja, volte às três etapas anteriores se não foram diagnosticadas no processo. Além disso, há ainda uma falsa ideia de que para lidar com o mundo virtual deverá haver um certo afastamento de alguns valores e crenças corretos que estão acima de qualquer dúvida quanto a validade: a tal "humanidade". Essa mitificação associa também aos nativos digitais a maior competência, o que nem sempre é uma verdade, provocando ruídos de comunicação e desnivelamento de tempos de aprendizado entre as gerações. Nesse ambiente de separatividade, que não favorece essa migração entre os mundos e interação estamos nós, professores de adultos, batalhando pela autoestima dos nossos alunos dentro dos cursos. Portanto, o prejuízo causado é invisível, mas profundo. Se não houver uma desaceleração para compreender esses projetos ficará cada vez mais difícil de solucionarmos. Lucia Tania Augusto

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