O medo de falar em público e padrões de negatividade: malhando o ego...

Não importa a idade, o sexo, a posição social ou características físicas. Não importa também o contexto: entrevista de emprego, relacionamento amoroso, apresentação de trabalho escolar ou apresentação de produtos ou serviços, pedido de aumento, de casamento, ou término... A equação é a mesma: se você for tímido tende a sofrer muito e reforçar atitudes destrutivas quando se expressa em público. Sozinho também. O foco é um padrão de oralidade e narrativas que tem a raiz no reforço negativo. O tímido não precisa de ninguém para desqualificá-lo. A solução, portanto, é mudar este padrão. Trata-se só de um monitoramento da "comunicação intra e interpessoal". Ou seja, autoconhecimento e uma decisão de mudar. Por que isso? Por que todo o desconforto na comunicação interpessoal tem, na raiz, a timidez: o temor. A palavra timidez, vem do latim - timere- aquele que teme. São pessoas saudáveis, capazes de feitos fantásticos, mas que tem um padrão de expressão desarticulado. Para quem não a conhece com mais profundidade passa-se uma imagem totalmente conflituosa, insegura e indecisa. Parece e, só "parece" um fracassado ou fracassada. Ou seja, trata-se da imagem, não da essência da pessoa. Este sofrimento retroalimenta as suas convicções. E, sinceramente? Não, este recurso não é finito. Renova-se todo dia. É uma corrida do cachorro atrás do rabo. Está tudo dentro da cabeça do dita, da dita. Existe uma bengala emocional que sustenta as mesmas relações para ninguém desviar deste padrão. Com estas características é importante que o professor trabalhe a potência, o que a pessoa tem de melhor e suas forças. Lembre-se: este perfil tende a ser bem cruel consigo mesmo. Não precisa de mais ninguém para fazer isso. Outra característica interessante é, não só se negar a receber qualquer elogio, como reagir de forma agressiva e desconsiderar veementemente. Saiba que reforçar autoimagem negativa, gera um certo orgulho, do tipo, essa dor já conheço. Há uma coleta de "evidências" das suas crenças o tempo todo, incessantemente, sozinho ou acompanhado. Isso traz um conflito enorme para seu meio social, principalmente, entre as pessoas que lhe querem bem e sabem das suas potencialidades.
Se não houver uma mudança de padrão de pensamento de negativo para positivo é como desejar perder peso e não cuidar da educação alimentar e se negar fazer atividades físicas. Algumas sugestões, lembrando a máxima do Austin Kleon: "Todo conselho é autobiográfico." Estou sugerindo por que ainda, todos os dias, vivencio isso. Lembre-se sempre dos estudos sobre hábitos: você não elimina um hábito ruim, na verdade, o que faz é criar e reforçar bons hábitos que se sobreponham a ele. Repito, não afirmo como psicóloga, não sou. Digo isso, como tímida que se policia todos os dias. Ah! Antes uma premissa básica: quanto mais tímido, mais tempo deve seguir as orientações abaixo, ok? O tempo de dedicação deve ser proporcional às dificuldades de eliminar a negatividade. Portanto, sugiro a autoeducação com o propósito de se transformar em quem deseja na proporção certa: -Primeiro hábito é: silencie. Isso mesmo! Cale a boca! Seu discurso você mesmo e todos da sua convivência conhece de cor. Surpreenda e sorria. Ótimo! Estrelinha se conseguir só fazer isto. Posto isso, ensaie como irá agir diante da sua mudança perante os outros? É só observar-se, respirar e tomar deste momento maravilhoso. Libertação pura! Consciência de um estado corporal diferente. Não é mais medo, é frisson... A partir dai, anote, diariamente, os elogios recebidos. Poupança emocional. Tipo um fundo de reserva. Quando cair no pecado da autodestruição pública, morda a língua e releia. -Em segundo lugar, busque referências de pessoas autoconfiantes e positivas em canais acessíveis do seu dia a dia. Pode ser escondido. Mas busque pessoas que tratam de assuntos que sejam do seu "Circulo de Competências"*. Pense em algo que você faz mesmo sem receber nada por isso. Em cada "travada" é melhor soltar uma risada e seguir em frente. Ele necessitará aprender sobre a etiqueta, a didática e o método. Você pode até mesmo imitar pessoas. Olha aí o repertório pessoal enriquecendo e aumentando. Decore frases, poesias, nomes e mais dados dessas pessoas. Dá-lhe mais reserva... AH! Não se esqueça de verificar também quando estas ficam em "saias justas"... -Logo depois, vá ensinar o que aprendeu com elas em bate-papos e outras situações. Escreva. Ensaie como se fosse uma palestra. Finja que criou um método para que as pessoas aprendam, até descobrir nas suas pesquisas que não há de muito novo... Mas, pra começar essa ingenuidade ajuda. -Por fim, escrever sobre os passos anteriores relatando os desafios, as conquistas, os medos e as pequenas vitórias. -Vá aumentando as dificuldades, buscando mais variáveis etc etc Esse processo é que chamamos de alinhamento dos repertórios pessoais, sociais, culturais que interagem o tempo todo. Mundo interno conectado o externo, essas polaridades geram um equilíbrio entre mensagem, meio e imagem. Espero ter ajudado... Lúcia Tânia Augusto - Professora *"O Círculo de Competência é um conceito simples: cada um de nós, através da experiência ou de estudos, construiu conhecimento útil em alguma área da vida. Algumas dessas áreas são comuns à maioria das pessoas. Já outras exigem maior nível de especialização tanto para avaliar quanto para atuar." Fonte: ttps://www.profissaoatitude.com.br em 27 de março de 2021. **Limiares são testes, portais de passagem de uma fase para outra da Jornada do Herói (Monomito). Uso deste termo utilizo de acordo com os estudos de Joseph Campbell. Leia "Herói de mil faces".

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