Onde está a falha no Sistema na formação do professor? Conversas com Nivaldo Ferreira dos Santos (Parte 1)

 

Onde está a falha no Sistema na formação do professor?  

Conversas com Nivaldo Ferreira dos Santos



Continuando as conversas com os meus amigos e amigas pelo whatsapp, fiz a seguinte pergunta para Nivaldo Ferreira dos Santos. É um dos caras mais sérios, comprometidos e inteligentes que conheço.

Neste artigo, vamos começar uma análise histórica de algumas "falhas no sistema"!

Entenda, o mundo está uma muV.U.C.A. e não é possível  ter um diálogo raso. Ao mesmo tempo, temos de observar o passado dos últimos trinta anos como um farol para compreendermos e encontrarmos soluções.

Tive de dividir em 3 partes a nossa conversa, ok? 
Sendo que, na terceira, darei o currículo completo e detalhado do Nivaldo.

TÂNIA: __Nivaldo, observando hoje a necessidade que o professor tem de trabalhar com aulas remotas em função da pandemia e, com aceleração da necessidade da tecnologia, como você avalia o modelo de gestão implantado há 30 anos atrás no que diz respeito às novas tecnologias na formação do professor? Se tivesse tido um bom modelo, os professores estariam passando o aperto que estão passando hoje?

Nivaldo:__ Considerando o contexto da educação e das tecnologias da informação em terras brasileiras, é importante registrar/lembrar que no final do século XX o Brasil estava recém-saído de uma ditadura militar que durou mais de 20 anos e que deixou suas sequelas nas mais diversas áreas, inclusive (e eu diria até principalmente) nos sistemas educacionais e no setor cultural, que está diretamente relacionado à educação e fazia parte do mesmo arcabouço jurídico-institucional (o Ministério da Educação e Cultura - MEC - não existe mais, atualmente são dois ministérios distintos: "Ministério da Educação" e "Secretaria Especial da Cultura", mas a sigla MEC continua sendo usada...).

Em relação às tecnologias da informação (atualmente inseridas no conceito de "tecnologias da informação e comunicação"), é importante lembrar/registrar também que até o início da década de 1990 o Brasil tinha uma política de "reserva de mercado" criada com a justificativa de desenvolver a tecnologia nacional, que acabou reforçando o "atraso tecnológico" já existente historicamente em relação aos "países do Primeiro Mundo".

Ou seja: no final do século XX o Brasil estava "atrasado" vários anos (talvez décadas) em relação aos países considerados mais avançados no que diz respeito às tecnologias da informação.
Vale lembrar que a maioria dessas tecnologias foi desenvolvida nas universidades norte-americanas, europeias e da antiga União Soviética a partir de meados do século XX e o Brasil só passou a ter acesso a esse mercado na década de 1990.

Final da parte 1.

 


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